REPORTAGEM ESPECIAL:A Femec está entre os eventos mais importantes do país e espera movimentar mais de R$ 200 milhões em negócios
Já está quase tudo pronto para a realização da terceira edição consecutiva da Feira do Agronegócio de Minas Gerais (Femec), que espera receber mais de 18 mil visitantes e movimentar economicamente uma cifra superior a R$ 200 milhões. No período de 25 a 28 de março, 100 expositores, fabricantes de máquinas e implementos agrícolas das mais variadas partes do país, insumos, sementes e fertilizantes, entre outros setores estarão em Uberlândia com o objetivo de atrair produtores de todo o Estado para a realização de parcerias e investimentos.O evento acontece no Parque de Exposições do Camaru com entrada e estacionamento gratuitos.
A realização é do Sindicato Rural de Uberlândia com o apoio das três esferas do setor público: Prefeitura Municipal e os governos de Minas e Federal. Considerada, no Estado, a maior vitrine de negócios e tecnologia do setor, a Femec também está inserida no circuito nacional do agronegócio. As atrações são variadas. Pela segunda vez, o município, por meio da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento, vai promover o Feirão Mais Alimentos do Ministério do Desenvolvimento Agrário e ainda cursos, palestras e grandes novidades para a agricultura familiar.
Para o presidente do Sindicato Rural, Thiago Soares Fonseca, a proposta, que começou com poucos expositores, é reunir no mesmo espaço uma gama de opções de investimentos para o produtor. “Antes da Femec, os produtores que precisavam adquirir equipamentos ou outros benefícios, tinham que viajar muito. Eles visitavam feiras em outros estados como Goiás, São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Agora essa realidade mudou e temos aqui um padrão excelente de qualidade e serviços. Isso é ganho para os produtores que podem reverter custos com viagens em equipamentos, insumos e ainda aprimorar conhecimentos”, ressalta.
Os participantes vão contar com seminários, encontros técnicos e palestras nas áreas de suinocultura, gás metano, integração lavoura/ pecuária/ floresta, queijo minas frescal, piscicultura, cultura do sorgo, avicultura, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), entre outros. Tudo isso sem qualquer ônus e trabalhando com a valorização do homem do campo, bem como a fixação na zona rural, mas com qualidade de vida, respeito e dignidade. Ao todo serão disponibilizadas seis salas para esses encontros durante todos os dias da feira.
O prefeito Gilmar Machado disse que a Femec é um ganho para Uberlândia, que se torna referência no Brasil. Ele ressaltou que a movimentação do agronegócio não fica restrita apenas à realização da feira, mas mexe com toda a logística da cidade. O prefeito destacou a geração de emprego e renda nos setores de hotelaria, alimentação, comércio, transporte e outros. Gilmar reforçou a parceria do poder público por meio dos trabalhos da Fundação de Excelência Rural de Uberlândia (Ferub), da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento e demais órgãos na realização do evento. “Serão disponibilizados para os produtores genética de alta qualidade e expansão de setores como a piscicultura. Todos poderão ter acesso e conhecimento para melhorar o que já desenvolvem tão bem no dia a dia”, diz. Os visitantes ainda podem aprender novas técnicas de trabalho, legislação, financiamentos agrícolas e usufruir de novidades tecnológicas.
A apresentação da programação da Femec 2014 foi realizada nesta quarta-feira (19), no Parque de Exposições do Camaru, durante café da manhã com a imprensa.
Sala da Cidadania do Incra inova na prestação de serviços
O Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Guedes, vai lançar no dia 28, no encerramento da Femec, em Uberlândia, um novo conceito na prestação de serviços. É a “Sala da Cidadania”. Mais uma vez, Uberlândia sai na frente. A estrutura pioneira e inédita só se tornou possível com a parceria entre a Prefeitura e os governos Federal e Estadual.
O sistema permitirá resolver demandas importantes de forma simples e rápida, em ambiente virtual. O serviço âncora será a renegociação de dívidas de assentados, viabilizada por meio de parceria com o Banco do Brasil.
Os beneficiários vão poder utilizar as funcionalidades da Sala da Cidadania de qualquer computador com acesso a internet. Além disso, haverá um espaço equipado para este fim na Unidade Municipal de Cadastramento no anexo da Secretaria Municipal de Agropecuária, localizada na Rua das Gameleiras nº 10 no bairro Planalto.
Demandas
A possibilidade de renegociação de dívidas de assentados, aberta com a edição da Medida Provisória nº. 636/2013, é o principal serviço oferecido na Sala de Cidadania. Para isso, será necessário apenas que o interessado apresente CPF e a data de nascimento. Após a entrada no portal, são recuperados os dados do assentado que já estão no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra), devendo ser realizada a atualização cadastral para dar continuidade à navegação.
Um aplicativo específico desenvolvido para smartphones e tablets permitirá que servidores do Incra e equipes de assistência técnica que estiverem realizando trabalhos de campo possam fazer a atualização cadastral das famílias assentadas, ampliando ainda mais o conhecimento da autarquia sobre as áreas reformadas.
Terminada a primeira etapa, é possível selecionar o serviço de renegociação, além de outros disponibilizados. Entre eles, a emissão de certidões e a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) do Grupo B, que, na nova sistemática de financiamento da reforma agrária, vai permitir acesso ao microcrédito.
Além dos serviços de responsabilidade direta do Incra, os assentados terão acesso a outros oferecidos pelo Governo Federal às famílias assentadas. Inicialmente, serão encaminhadas demandas para o “Minha Casa, Minha Vida” e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Uberlândia – 6ª Região do Queijo MinasTriângulo
Todo o esforço e as diversas intervenções do poder executivo, por intermédio da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento de Uberlândia e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), valeram a pena e trouxeram resultados positivos. A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, publicou no Diário Oficial do Estado (DOE), a Caracterização da Microrregião do Triângulo Mineiro como Produtora de Queijo Minas Artesanal. Assim, cria-se a Sexta Região, que é composta pelos municípios de Uberlândia, Monte Carmelo, Monte Alegre, Araguari, Cascalho Rico, Romaria, Estrela do Sul, Indianópolis, Tupaciguara e Nova Ponte.
O processo foi longo e teve muito trabalho. Uma caravana da Emater visitou a região, fiscalizou 10 propriedades em municípios que poderiam ser enquadradas como produtoras. Um trabalho minucioso que obedeceu vários critérios. No estado já existem cinco regiões cadastradas que fabricam o Queijo Minas Artesanal.
Além disso, foram ministrados cursos de capacitação para 15 produtores de Uberlândia e região. Um deles foi o curso Boas Práticas de Fabricação do Queijo Minas, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Minas (Senar) e Sindicato Rural de Uberlândia. Esse foi o primeiro na região do Triângulo e Alto Paranaíba. A procura pelo treinamento faz parte das exigências do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para certificação das propriedades produtoras. Os participantes tiveram aulas teóricas e práticas.
Os técnicos analisaram as condições do solo, clima, água e as instalações usadas na fabricação. De acordo com a responsável pela Emater na região, Áurea Mundim, o prazo de adequação é de dois anos. Neste período, técnicos da Emater e IMA vistoriam as propriedades a cada dois meses para verificar as condições da produção.
A instrutora do Senar, Aparecida de Lourdes Alves, repassou aos participantes informações sobre legislação, higiene, segurança, qualidade e mercado. “Essa turma está bem envolvida. Todos já possuem queijaria e isso facilita o cumprimento das exigências estipuladas pelo IMA.” Disse ainda que os participantes aprovados nesse treinamento poderão ter seus queijos comercializados em todo o país.
O produtor José Eustáquio Moreira Jordão, por exemplo, disse que está investindo em instalações físicas, equipamentos, vestuário e organizando documentos. “Nosso queijo é referência no país e, como quero ganhar novos mercados, só vou conseguir com investimentos e treinamentos.”
A proposta é de agilidade e eficiência dos trabalhos e resultados. Com a sexta região, os pequenos produtores terão mais tranquilidade e apoio na fabricação e comercialização dos produtos. Outra novidade é a criação da Lei de Habilitação Sanitária de Estabelecimento Agroindustriais Rurais de Pequeno Porte de Produtores de Origem Animal. Segundo o secretário interino de Agropecuária e Abastecimento, Gibson Pires da Silva, o procedimento vai legalizar a inspeção e fiscalização sanitária para as fábricas de pequeno porte da zona rural. “É um excelente avanço para todos porque vai regulamentar os estabelecimentos industriais rurais que tenham área construída de até 250 metros quadrados, favorecendo o desenvolvimento do setor de forma organizada”, diz.
Ferub
Na questão da piscicultura, a Ferub vai atender aos produtores com palestras sobre doenças de peixes. O tema será abordado por técnicos especializados na área. O objetivo é orientar quanto à prevenção e tratamento dessas doenças visando não comprometer a produção. Além disso, o diretor da fundação salientou que serão apresentados os projetos da Ferub no intuito de fomentar e incentivar a criação.
O Centro Tecnológico de Aquicultura Familiar (Cetaf), da Ferub, já está avançado com a criação de alevinos da espécie Tilápia Gift Revertida, com um espaço de aproximadamente de 80 mil metros quadrados. Os pequenos produtores da Agricultura Familiar possuem uma área própria para desenvolver cursos, estudos e atendimento em espaço mais amplo e de qualidade.
Ao todo existem 33 tanques destinados à produção, cria e engorda. São viveiros que medem até 5 mil metros quadrados, sendo que os maiores ainda estão em processo de ativação. A proposta é promover o desenvolvimento da cadeia produtiva com o aumento da produção de alimentos e inclusão social das pessoas do campo.
Fonte: PMU